SOBRE O TARÔ

 

O Tarô de Marselha é composto por 78 cartas chamadas de Arcanos. O nome "Arcano" vem do latim arcanum, que significa segredo. E faz todo sentido, já que o Tarô carrega mensagens ocultas, como se fossem mistérios a serem desvendados aos poucos. Não é só um jogo ou passatempo; é uma ferramenta cheia de significado.

Essas 78 cartas se dividem em dois grupos: os 22 Arcanos Maiores e os 56 Arcanos Menores. Enquanto os Maiores representam questões universais, os Menores falam do nosso dia a dia, das nossas emoções, desejos e pensamentos. É como se os Menores fossem as "pernas" que sustentam a mesa (ou o altar) dos Maiores – ambos são caminhos complementares.

Os Arcanos Maiores nos guiam por um processo de autoconhecimento e evolução, enquanto os Menores trazem um olhar mais prático, ajudando a entender situações do cotidiano. Juntos, eles formam um mapa simbólico da vida.

 

HISTÓRIA DO TARÔ

 

A origem das cartas é cheia de mistérios e muitas teorias. As primeiras menções a jogos de cartas na Europa aparecem por volta de 1370. Um exemplo é um decreto de Florença, em 1376, que proibia um jogo chamado naibbe, indicando que ele tinha acabado de chegar à região. Outro registro importante é de 1377, quando um frade suíço, Johannes de Rheinfelden, escreveu sobre um "jogo de cartas" que simbolizava o mundo da época.

Mas acredita-se que as cartas vieram do Oriente, passando pelo Egito e chegando à Europa através da Itália, especialmente por Veneza, que tinha fortes laços comerciais com o Oriente. Um exemplo fascinante é o baralho dos mamelucos, preservado no Museu Topkapi, em Istambul, que já mostrava naipes como copas, espadas, bastões e ouros.

Embora a origem exata seja incerta, há pistas de que as cartas podem ter raízes na China, onde jogos semelhantes já existiam no século X. É incrível imaginar como essas imagens viajaram pelo mundo, carregando histórias, símbolos e significados que ainda hoje nos conectam a algo maior.

 

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Tractatus de moribus et disciplina humanae conversacionis (manuscrito), 1377, British Library. Nele vemos que o acesso às fontes está longe de ser evidente. Veja a cópia.